sábado, 16 de janeiro de 2021

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) — Em meio ao aumento do número de mortes no país e sem data exata para o início da campanha nacional de vacinação, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta sexta-feira (15) que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, tem feito um "excelente trabalho" e que ninguém administraria a atual crise sanitária melhor do que a atual gestão.

Em entrevista à TV Bandeirantes, o presidente disse que Pazuello é um "tremendo de um administrador", afirmou que duvida que alguém faria um trabalho melhor do que ele e ressaltou que não há motivos para uma troca no comando da pasta.

"Ninguém faria melhor, com todo o respeito, do que o meu governo está fazendo", disse Bolsonaro. "Pazuello está fazendo um trabalho excepcional. Não vai sair de lá. Não tem motivo de sair de lá", acrescentou.

Na conversa, o presidente também minimizou os pedidos de impeachment ingressados contra ele na Câmara dos Deputados. Ele afirmou que não existe "nada de concreto contra ele" e que não vão tirá-lo do cargo na "mão grande".

"Não tem do que me acusar. Esses 40 ou 60 processos de impeachment. Isso não vale nada", disse. "Só Deus me tira daqui. Não existe nada de concreto contra mim. Agora, me tirar da mão grande, não vão me tirar", acrescentou.

A capital do Amazonas vive um cenário de recorde de hospitalizações pelo coronavírus e falta de oxigênio nos hospitais. O insumo tem faltado em unidades de saúde na quinta (14), resultando na morte de pacientes por falta de oxigenação, segundo relato de médicos.

Além disso, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) ainda não autorizou a aplicação de nenhuma vacina contra o coronavírus no país e a média diária de mortes pela doença aumentou desde o início do ano, fazendo o Brasil chegar a uma marca de 207 mil mortes.

Na entrevista, o presidente reconheceu que Manaus passa por uma situação crítica, com unidades hospitalares cheias. Ele disse, contudo, que não pode "fazer nada" em relação ao combate ao coronavírus, já que, segundo ele, o STF (Supremo Tribunal federal) definiu que as iniciativas cabem a estados e municípios.

"Eu não posso fazer nada no tocante ao coronavírus", disse. "Eu fui impedido pelo Supremo de fazer qualquer ação de combate ao Covid. Pelo STF, eu tinha de estar na praia agora, tomando uma cerveja", acrescentou.

O presidente ressaltou que, apesar das restrições, o governo federal está em Manaus "para ajudar o seu povo" e que, "mesmo proibido pelo STF", a atual gestão tem "levado alento" à população amazônica. Ele disse ainda que não irá intervir na Anvisa para agilizar a liberação das vacinas.

"Tem de passar pela Anvisa. Ela faz um trabalho de qualidade e eu tenho zero interferência na Anvisa. As agências são autônomas, independentes e ninguém tem interferência lá", afirmou.

Bolsonaro também rebateu crítica feita pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que o chamou mais cedo de "fascínora". Segundo o presidente, o tucano "não tem moral para falar de ninguém" e não deveria atrapalhar o governo federal.

"Ele [Doria] quer jogar a responsabilidade pra cima de mim? Será que ele tem coragem moral, porque homem ele não é, nós sabemos que esse pilantra aí não é homem, de criticar o Supremo, que falou que eu não posso interferir? ", questionou.


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