quinta-feira, 14 de julho de 2022

Uma nota técnica feita por pesquisadores de universidades públicas do país alerta para "uma clara possibilidade" de uma nova onda de Covid-19 até o fim do ano no Brasil. O documento recomenda que, para evitar o quadro, medidas de restrição e a vacinação, principalmente entre as crianças, devem ser intensificadas.

Dados do consórcio de veículos de imprensa mostram que, desde o início da pandemia, o Brasil registrou 674.166 mortes e 33.005.278 casos conhecidos de Covid-19. Atualmente, o país enfrenta a quarta onda da pandemia que, em junho, registrou alta de 78,3% nos registros da doença.

A análise dos pesquisadores, divulgada na terça-feira (12), destaca os seguintes pontos como motivos para o aumento das infecções:

  • Isolamento social cada vez menos utilizado como uma estratégia de contenção da pandemia
  • Utilização de máscaras e outras medidas de higiene deixam de ser uma atitude para a maioria da população
  • Inexistência de campanhas de conscientização e de orientação

A nota é assinada por pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB), da Universidade Federal de São João Del-Rei (UFSJ), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), entre outras. O documento alerta ainda para a possibilidade do surgimento de novas variantes.

"Salientamos, mais uma vez, que a pandemia está longe de ser encerrada, com o vírus circulando fortemente no Brasil e no mundo, com a possibilidade de surgirem novas variantes, que podem ser menos perigosas, ou mais mortíferas [8, 9], uma loteria que não deveríamos estar jogando", dizem os pesquisadores.

Vacinação e mortes

Os pesquisadores afirmam que os número de mortes provocado pela Covid-19 poderia ter "atingido patamares muito maiores" se não houvesse a vacinação. No entanto, segundo os especialistas, o Brasil ainda tem "parcelas significativas da população sem o esquema vacinal completo".

A nota técnica diz que "as muitas mortes por Covid-19 registradas diariamente, uma média de 240, são reflexo da parte da população que deixou de se imunizar". Além disso, os pesquisadores alertam que, devido à onda atual da doença, a tendência é de que o total de óbitos aumente.

O documento explica que, como as mortes costumam ocorrer 18 dias após os primeiros sintomas, a média de óbitos registrados no país pode ficar elevado pelos próximos dois meses.

"Tal quadro ainda é preocupante, agravado pela ausência de campanhas de informação, que reforcem o papel central da vacinação para o controle da pandemia, e informando as consequências de contrair o vírus", diz o documento.

Pandemia no DF

Desde início da pandemia, até esta quarta-feira (13) 821.763 pessoas foram infectadas pela Covid-19 no Distrito Federal. Dessas, 11.799 perderam a vida para a doença, segundo boletim da Secretaria de Saúde.

A taxa de transmissão passou de 0,83 na segunda-feira (11), para 0,78. O número indica que cada 100 pessoas infectadas podem transmitir a doença para outras 78, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Quando o índice está abaixo de 1, significa que a propagação do vírus está em desaceleração.


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