terça-feira, 5 de julho de 2022

Está preso em Uberlândia Rodrigo Luiz Parreira, apontado pela polícia como o principal responsável pelo ataque a apoiadores de Lula e Alexandre Kalil durante evento de pré-campanha, em 15 de junho na cidade. A informação foi confirmada ao g1 pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp), nesta terça-feira (5).

Parreira, de 38 anos, foi alvo de uma ação do Ministério Público Federal (MPF) e de outras forças de segurança na manhã da última sexta-feira (1º), quando foram cumpridos mandados de busca e apreensão em pelo menos 5 endereços atribuídos a ele.

Segundo a Sejusp, após a ação, Rodrigo deu entrada no Presídio de Uberlândia, no sábado (2). O MPF confirmou a prisão preventiva dele, mas não passou detalhou quais foram os motivos exatos, já que o processo está sob sigilo.

A reportagem entrou em contato nesta terça com o advogado de Rodrigo Parreira. Pelo telefone, Benedito Vieira disse que só se manifestará sobre a prisão pessoalmente, o que não foi possível até a publicação deste texto.

Investigações

Em depoimento à polícia, Rodrigo disse ser o dono do drone que soltou líquido de odor forte sobre as pessoas. Durante as buscas, o Ministério Público Federal (MPF) teria descoberto indícios que Rodrigo falsificou documentos para obter o Certificado de Registro Pessoa Física - Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC).

O MPF instaurou procedimento por se tratar de uso de "aeronave", que é regulado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e, portanto, a atribuição de investigar é federal, de acordo com a procuradoria.

Rodrigo Luiz Parreira é o dono do drone usado na ação do dia 15 de junho — Foto: Reprodução

No dia da operação, a defesa do Rodrigo Luiz Parreira, por meio do advogado, disse por telefone à TV Integração que havia tomado conhecimento da operação do Ministério Público Federal e que acompanhou o cliente durante a oitiva realizada na delegacia da Polícia Federal de Uberlândia, onde os esclarecimentos possíveis foram prestados à autoridade policial.

"Nem a defesa nem o investigado tiveram acesso a qualquer peça do procedimento instaurado pelo procurador Onésio Soares Amaral", disse o advogado na época.

Benedito Vieira disse ainda não saber a motivação para a ação, "uma vez que a origem dos fatos decorre de evento em que foi designado a responsabilidade da investigação ao Gaeco e ao Ministério Público Estadual".

Ainda conforme o advogado, "a defesa contribuiu com o que pode com a autoridade policial e quer acreditar que o investigado não esteja sendo perseguido por questões ou influências políticas ideológicas, pois a acusação do dia 15 de junho foi esclarecida que não se tratou de nenhum ato político”.

Rodrigo está preso em Uberlândia — Foto: TV Integração/Reprodução

Boletim de ocorrência

Diferente do que disse a defesa, Rodrigo Luiz Parreira relatou aos policiais no dia 15 de junho, que havia contratado Charles Wender Oliveira Souza e Daniel Rodrigues de Oliveira, para jogar o produtos nos apoiadores de Lula, porque estava insatisfeito com as políticas do ex-prefeito de Uberlândia, Gilmar Machado (PT).

"Este relatou para a guarnição o seguinte: em razão de estar inconformado com as políticas do ex-prefeito da cidade de Uberlândia, o senhor Gilmar Machado, e por este estar patrocinando a vinda do ex-exmo senhor presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, a fim de fazer política, contratou duas pessoas para que fosse jogado sobre as pessoas um produto comumente utilizado para atrair moscas (target)", diz trecho extraído do boletim.

Trecho do boletim de ocorrência sobre o ataque aos apoiadores de Lula e Kalil com drone — Foto: Reprodução/Boletim de ocorrência


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