quinta-feira, 21 de julho de 2022

A administradora judicial do Grupo Itapemirim, EXM Partners, pediu a falência da empresa de transportes alegando que a mesma não tem cumprido seu plano de recuperação judicial, há cinco anos. Solicita também que seja aprovada o contrato liminar e em caráter de urgência para a companhia Suzantur que fez oferta para arrendar a operação da Itapemirim, a favor dos credores.

Segundo a EXM, até a data do peticionamento havia proposta também da empresa Ricco. — Posteriormente, tomamos nota da proposta da Viação Garcia — conta Eduardo Scarpellini, representante da EXM.

Na justificativa do pedido de falência, a administradora alega que, além de não pagar os credores, o grupo não tem capacidade de se manter em atividade. “As empresas hoje geram poucos empregos, mas não possuem mais capacidade de pagar a folha salarial, ou seus fornecedores regulares, tampouco recolher impostos”, diz o documento enviado à 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo.

A solicitação justifica ainda que imbróglio todo “foi marcado por um altíssimo número de incidentes”, citando os desvios dos controladores, incluindo de Sidnei Piva de Jesus (acionista e presidente do Grupo no momento dos atos que levaram as empresas à quebra), Adilson Furlan (diretor financeiro e operacional) e Karina Mendonça (diretora jurídica e vice-presidente).

Ao todo, diz a EXM, foram retirados do caixa pela antiga gestão do Grupo Itapemirim mais de R$ 45 milhões. Estes seriam usados para pagar os credores.

Outro agravante apontado pela administradora é a criação da ITA Transportes Aéreos, cuja operação perdurou pouco mais de 6 meses, consumiu R$ 42 milhões de recursos do Grupo Itapemirim (dinheiro que pertencia, inicialmente, aos credores), e por fim lesionou milhares de consumidores e trabalhadores. O prejuízo é até hoje inestimável, argumenta a administradora judicial. No final do ano passado, centenas de passageiros ficaram sem voo e assistência pela então companhia área.

“O dinheiro que era dos credores serviu ainda como forma de indenização da sócia, Camila de Souza Valdívia, com sua saída da sociedade, que ocorreu em montantes milionários”, diz o documento.

O gestor judicial Eduardo Abrahão que entrou com o pedido destaca que de dezembro para junho o número de funcionários ativos passou de 1.334 para 197, e o faturamento teve queda de R$ 15 milhões para R$ 373.391 de 2021 para 2022.

Procurado, o Grupo Itapemirim não respondeu ao Globo.


0 Comments:

Últimas Notícias

Total de visualizações de página