Nesta sexta-feira, dia 8 de julho, é proibido falar alto ou sorrir na Coreia do Norte em respeito ao aniversário de morte de Kim Il-sung, fundador do país. A proibição existe desde 1994, quando o ditador morreu vítima de um ataque cardíaco.
"Está proibido sorrir, levantar a voz na rua, beber álcool ou dançar porque todo o país está em luto", explica Park Yeon-min, refugiada norte-coreana e ativista, à agência EFE.
A televisão estatal norte coreana reserva o dia interio para exibir a solene cerimônia oficial em homenagem ao "eterno presidente". Filmes e documentários sobre a vida Il-sung também são exibidos para a população todo dia 8 de julho. No dia do nascimento do ditador, 15 de abril, as comemorações também acontecem.
Mas a dedicação ao "eterno presidente" não para por aí. Ainda segundo informações da EFE, a Coreia do Norte tem espalhadas por seu território 34 mil estátuas de Kim Il-sung que recebem flores em todos os feriados. Enquanto isso, o corpo do ditador embalsamado é exposto dentro do Palácio de Kumsusan, em Pyongyang.
'Grande líder'
O fervor que Kim Il-sung desperta na Coreia do Norte tem suas raízes na colonização japonesa de Coreia (1910 – 1945), período durante o qual, segundo a amplificação da propaganda, despontou como o herói do movimento de libertação contra o domínio japonês. Após a II Guerra Mundial, Kim aproveitou habilmente o surgimento da Cortina de Ferro para fundar, com o apoio da União Soviética, a RPDC e se tornar mandatário máximo do país, em 1948. Pouco depois, ele ordenou a invasão à Coreia do Sul, o que deu origem à Guerra da Coreia (1950 -1953), um conflito que confirmou a divisão do povo coreano.
O chamado ‘grande líder’, que nunca renunciou a seu sonho de unir as duas metades da Coreia em um regime comunista sob seu comando, preparou nas décadas seguintes uma nova invasão ao sul que nunca aconteceu e ordenou vários ataques terroristas ao governo de Seul que custaram centenas de vidas. Kim Il-sung também inspirou a ideologia juche, o socialismo ortodoxo baseado na autossuficiência que prolongou o auge econômico nos anos 70, mas acabou arruinando o país nos anos 90 com uma crise de fome que matou um décimo da população e que provocou uma grave crise humanitária que dura até hoje.
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